Vindo de Maringá (PR), Mc Kako ganhou destaque na cena do Trap/Funk brasileiro com composições únicas que refletem suas vivências e conectam com o público, tanto pelas letras que nos provocam a lembrar daqueles que nos acompanham e apoiam em nossas jornadas, como pela criatividade na melodia que agrega elementos dos fundamentos de suas inspirações. "O funk é uma engrenagem que não para. A galera tá dominando palcos que antes eram só do pop", diz orgulhoso o MC, com a sabedoria de quem reconhece que o atual momento da música urbana é uma vitória para todos os artistas do gênero musical.

Em conversa exclusiva para a Revista Adames, MC Kako revela que, desde que começou suas composições, o foco é a consciência, busca por superação e a capacidade de se mover adiante. “Muitas músicas me ajudaram, então tento me comunicar com o público dessa maneira. As minhas músicas me ajudam a superar os desafios: Tempo, Ísis, Coração Gelado são músicas que ainda me tocam e me fazem refletir". 

Quando pensa em seus fãs, MC Kako lembra que boa parte está no corre do dia-a-dia, jovens e pessoas mais maduras. “Estar contra um sistema que tá tudo contra nós mesmos”. “Só de fazer música, você já vai contra tudo. Hoje é mais fácil ser independente. Sempre admirei a coragem de quem canta. Só observar meus ídolos irem em frente, me inspirou.” A lista inclui grande diversidade de gêneros: Racionais, Charlie Brown, Filipe Ret, Marechal, ACDC, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho…

Antes da fama, MC Kako viveu na pele as dificuldades de subir na vida, até que a música mudou sua vida. “Me considero um cara bem sucedido de poder viver da minha música, poder empregar pessoas. Dar dignidade para a família. O sucesso é singular. Para mim, só de poder viver da música, é uma grande satisfação.” Ele não nega o gosto pelas festas e estar em rodas de pessoas famosas, mas não esquece que o esforço e dedicação ao trabalho são cruciais para sustentar o que conquistou. “Como artista, a vida oscila muito. Alimentar o ego do artista é sem fim, mas o foco é preservar a dignidade. Fazer o trabalho de forma digna e ter uma vida de qualidade.”

“Quando comecei a música em Maringá (PR), as letras já eram de superação. Músicas em que eu mencionava que teria carros de luxo e outras coisas.”. Na mudança para São Paulo, MC Kako lembra que sentiu na pele o peso de construir arte numa cidade com mais de 11 milhões de habitantes. Além da cena ser grande e diversa, com muitos artistas talentosos disputando o palco, a cidade fez ele se ver diante de situações em que era totalmente diminuído e descredibilizado. Ele lembra da canção Coração Gelado, da qual a Revista Adames selecionou um trecho:

“E quem me olha de cima embaixo nunca vai entender

Fica louco porque eu sou o que cê gostaria de ser

Sei que cê se pergunta, (...)

Como eu tirei tudo da lama sem precisar de você”

Agora com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, MC Kako comenta sobre as mudanças nas relações desde que ganhou fama. “é complicado diferenciar as intenções. Mas hoje sigo com aqueles que estão comigo desde quando eu não era ninguém. Tem uma galera que me deu apoio quando eu não era ninguém, até ex-patrão. Se somos honestos, fica o que deixamos na terra. Uma lembrança, uma compreensão”.

MC Kako também comenta que isso influencia suas letras hoje. No álbum “Coisas que eu já devia ter dito há um tempo” ele perde o pudor e canta o que pensava de forma mais sincera. “falo muito sobre como as relações são duras e a realidade é pesada. Tinha uma verdade que era minha”

Mas a construção de uma carreira exige moderação. “Hoje eu tenho a maturidade para produzir algo mais focado no meu público, mas também quero trazer coisas que são importantes para mim.”

MC Kako vem experimentando a inclusão de mais instrumentos em suas músicas. Ele mesmo quer poder tocar no palco em algumas de suas composições. Outro desafio é conquistar o público feminino “Hoje peguei gosto de fazer músicas românticas. Estou me desafiando mais, compondo no violão. Dá medo fazer coisas fora do padrão comercial, mas quando dá certo chama mais atenção.” E lembra “Lollapalooza se interessou pelo acústico, o 734”.

Em seu próximo álbum, MC Kako quer trazer suas referências: “Eu tenho liberdade por ser uma produção independente. Produção original, com mais referências do que eu escuto. Vai ser um projeto com banda, ao vivo. Terão músicas em que eu quero tocar. De longe é o maior desafio, porque eu vou tentar traduzir essa complexidade das minhas referências e das minhas próprias idéias.”

MC Kako vai desenvolver seu novo projeto ao longo de 2025, focando em um novo lançamento ainda este ano. A Revista Adames deseja ao MC Kako e a todos os seus colaboradores que conquistem mais um sucesso.